Marcelo Dutra da Silva

Oportunidades do desenvolvimento sustentável

Por Marcelo Dutra da Silva
Ecólogo
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A sustentabilidade é uma ideia, carregada de conceitos, que pode variar bastante, a depender das crenças, visões de mundo, ou mesmo experiências vividas de seus interlocutores, ou seja, é uma ideia capaz de assumir muitas faces, especialmente quando tomada pela interação e trocas pelo diálogo, nos diferentes tipos de comunicação. A sustentabilidade é algo complexo e ao mesmo tempo muito simples. Algo para ser sustentável tem que se capaz de traduzir, em garantias futuras, as escolhas do presente. O simples está em dizer isso, já o fazer... Complexo!

Pensar na sustentabilidade nos convida a refletir sobre tudo que estamos fazendo hoje, seja em casa, no trabalho ou na vida em sociedade. Para ser sustentável, seja lá o que estiveres fazendo, vais precisar parar de fazer, talvez fazer diferente ou até apostar em algo completamente novo. E este é o ponto. Tem muita coisa nova, até então jamais pensada, desconhecida mesmo, que precisamos fazer, investir e apostar para garantir, ao futuro das próximas gerações, um mundo mais sustentável. Pelo menos mais limpo, seguro e justo do que hoje.

Não é de hoje e já faz tempo que os princípios das melhores práticas de sustentabilidade ESG (Environmental, Social and corporate Governance) estão revolucionando as diretrizes do mercado, incluindo critérios que passam a ser exigidos a todo tipo de negócio e ao logo da cadeia de valor, no chamado capitalismo de stakeholders (das partes interessadas). Mudanças profundas e já bastante pronunciadas no agronegócio, especialmente no campo, na produção de commodities, na indústria e na logística de exportação. É impressionante o quanto já evoluímos em alguns setores da economia e ainda mais impressionante o tamanho do desafio. A jornada ESG brasileira ainda é um bebê engatinhando.

Estamos vivendo o despertar de uma nova cultura, que nos impõe mudanças na direção do desconhecido. Sabemos que uma trajetória mais sustentável pode aumentar nossas chances de sobrevivência enquanto espécie, no admirável mundo novo livre de carbono, eficiente e para todos. Um caminho carregado de oportunidades (também cheio de riscos), que se mostra acessível em todas as direções, onde muitas coisas já estão acontecendo. É só prestar um pouco de atenção. Essa semana, por exemplo, tive a oportunidade de participar dois eventos muito interessantes. Na terça-feira, em Gravataí, berço industrial da General Motors S/A, um momento especial dedicado à multidisciplinaridade da Agenda ESG, no PradoTec Casa das startups. Tive a oportunidade de dividir o painel com a líder ESG da GM Daniela Kraemer e fiquei impactado com os avanços nas boas práticas, indicadores e investimentos propostos no campo da sustentabilidade pela companhia.

Da mesma forma, em Rio Grande, na quarta e na quinta, durante o 2º Fórum da Economia Azul, um festival de palestras sobre a economia do mar, de investimentos na indústria naval, em novas tecnologias, novas energias e formas de fazer. Uma coleção de novas oportunidades, que pintam um cenário de desenvolvimento para a nossa região muito diferente do que estamos acostumados a pensar (ou lamentar). E tudo isso super bem conectado com os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODSs) da organização das Nações Unidas. Aliás, como muitas vezes foi dito as oportunidades estão aí, diante dos nossos olhos, não é possível "com universidades, um porto, indústria, produção pujante...". O que me faz pensar que só não somos desenvolvidos porque não decidimos não ser, mas isso pode mudar. O futuro está no desenvolvimento regional com características de sustentabilidade.​

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